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Chuvas transformam paisagens em Aurora, na região do cariri


  
Moradores do Sítio Araújo iniciaram as plantações logo que caíram as primeiras chuvas.
 / Foto: João Ribeiro


Por Henrique Macêdo


As chuvas que vêm banhando o município de Aurora transformam a paisagem do sertão, com cheias de pequenos açudes particulares e a vegetação da Caatinga, que vai mudando o tom de cinza pelo verde. Neste cenário, considerando só a chuva de domingo para segunda, o Açude Cacheira, manancial responsável pelo abastecimento da sede da cidade, atualmente está com o aporte, de 5.149.500 de metros cúbicos, atingindo 15% da sua capacidade total, com vazão de 25 litros por segundo. Os dados referentes ao reservatório foram atualizados nesta segunda-feira (2) pelo Portal Hidrológico do Estado do Ceará. 

Os moradores da zona rural do município têm fortes lembranças dos últimos anos de seca seguidos que castigaram as plantações, mas agora, com as chuvas, eles só querem pensar nos plantios. Os agricultores do Sítio Araújo (Foto) já começaram as plantações. A preparação da terra foi iniciada logo que caíram as primeiras chuvas.


Rio Salgado

O Rio Salgado vem se avolumando após ter passado por fase crítica.
 / Foto: Emídio Clebson
Diante das boas chuvas que vem banhando a região do cariri nos últimos três meses, o Rio Salgado, vem se avolumando após ter passado por fase crítica durante o período de estiagem.

O manancial tem um percurso de aproximadamente 308 km, 42 km dos quais só no território aurorense, e faz parte da bacia do Jaguaribe. Ele nasce na Serra do Araripe, no distrito de Lameiro, Município de Crato, com o nome de Rio da Batateira. Sua bacia hidrográfica está espalhada pelas cidades de Icó, Cedro, Umari, Baixio, Ipaumirim, Várzea Alegre, Lavras da Mangabeira, Granjeiro, Aurora, Caririaçu, Barro, Juazeiro do Norte, Crato, Missão Velha, Barbalha, Jardim, Penaforte, Milagres, Abaiara, Mauriti, Brejo Santo, Porteiras e Jati.

A cheia do rio salgado, mesmo que ainda tímida, é um dos atrativos naturais oferecidos à população.

Além de abastecer as bacias do Salgado e Jaguaribe, as águas do afluente também permitem os açudes de Orós e Castanhão recarreguem. A tímida cheia do rio atraiu pescadores ribeirinhos em busca de peixe. Nesta época o curimatã costuma aparecer em abundância.


No local há uma grande concentração de plantas aquáticas, resultado de um processo de eutrofização. A principal causa para o surgimento dessa vegetação é o excesso de nutrientes, nitrogênio e fósforo.

Barragem do Sítio Santa Cruz

Pescadores lançam as suas tarrafas
 na Barragem do Sítio Santa Cruz na tentativa de pescar peixes.
 / Foto: Danuzza Lopes

A barragem do Sítio Santa Cruz, localizada na zona rural do município, está se avolumando diante das precipitações.

A represa foi inaugurada no ano de 1954, pelo então prefeito Antônio Jaime Araripe, e está localizada nas proximidades da estrada que dá acesso ao Sítio Espinheiro.

O local é bastante visitado por moradores que buscam lazer, e pescadores que lançam suas tarrafas na tentativa de pescar peixes.

Previsão

De acordo com o meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz, o cenário está favorável para precipitações na primeira semana deste mês de abril.

“Para o início do mês, há boas chances de chuvas com regularidade, ora atingindo uma região do Estado, ora atingindo outra, beneficiando as várias macrorregiões”, ressaltou.

Segundo a Funceme as condições favorecem maior volume de chuvas devido à atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), e a influência de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), fenômeno definido como a circulação de ventos na alta atmosfera, que forma nuvens de chuva.

O fenômeno La Niña que é caracterizada pelo esfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial também contribui para as precipitações.

Apesar das chuvas, o mês de março registrou o menor índice pluviométrico dos últimos cinco anos. Esta redução foi causada devido ao afastamento da ZCIT do estado e o aumento da pressão atmosférica, dificultando a subida do ar úmido para formação de nuvens de chuva.




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Henrique Macêdo

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