No Ceará, indústria calçadista tem alta de 620% na geração de empregos
A indústria calçadista do Ceará iniciou o ano de 2018 com desempenho
significativo após o maior período agudo da crise, sobretudo no saldo de
contratações. Neste primeiro bimestre do ano, foram criados 3,9 mil novos
postos de trabalho no setor no Estado - um salto de 620% em relação a igual
período do ano passado, quando o saldo de contratações foi de apenas 634 postos
de trabalho. Analisado pela Associação Brasileira da Indústria de Calçados
(Abicalçados), o número é referente à diferença entre as admissões e os
desligamentos e o terceiro maior no ranking do Brasil.
Ao todo, o setor empregava no referido bimestre cerca de 57 mil pessoas
de forma direta no Estado até o fim de fevereiro, o equivalente a 19,3% de todo
o quadro de funcionários do Brasil no segmento. Também é a segunda maior
concentração, atrás somente do Rio Grande do Sul, que possui 97 mil
trabalhadores, correspondentes a 32,8% do total brasileiro.
"O Ceará detém números importantes dentro do cenário nacional e tem
cumprido o dever de casa, de forma que tanto o aspecto econômico quanto o
social tem melhorado nesses dois primeiros meses de 2018", afirma Heitor
Klein, presidente-executivo da Abicalçados.
Ele destaca que no ano passado a indústria calçadista possuía cerca de
54 mil empregados contra 57 mil neste ano, um avanço de 5,6%.
Exportações
A alta no volume de exportações tem possibilitado esse aumento no quadro
de funcionários do setor. De acordo com dados da Abicalçados, O Ceará foi o
Estado que mais exportou no primeiro bimestre deste ano, enviando mais de 8,8
milhões de pares para fora do País.
A diferença para iguais meses de 2017 é de quase 1 milhão de pares
(11,4%). Atrás do Ceará, em termos de quantidade, aparece o Rio Grande do Sul
com 4 milhões de pares, Paraíba (3,7 milhões), Minas Gerais (1,4 milhões) e São
Paulo (894 mil).
O Estado do Ceará, sozinho, corresponde a 38,8% das exportações
brasileiras do setor no período em questão.
"Esse avanço se deu devido ao crescimento da demanda externa ao
tipo de produto fabricado no Estado. Esse acréscimo tem mais impacto justa e
principalmente nesse período, durante todo o primeiro semestre do ano",
explica Heitor.
Ele acrescenta que o Ceará tem uma importância fundamental para o setor
de calçados devido aos números conseguidos na produção, exportação e
contratação.
"Isso demonstra a contribuição econômica, no sentido da quantidade
exportada e do valor que essas transações movimentam, e social, tendo em vista
a quantidade de postos de trabalho que é gerada", pontua Klein.
Valores
Em termos de valores, o Ceará movimentou US$ 44,4 milhões em janeiro e
fevereiro em exportações, cifra 2,4% maior que iguais meses do ano passado. O
Estado ocupa o segundo lugar do Brasil, perdendo somente para o Rio Grande do
Sul, que movimentou US$ 69,6 milhões.
O presidente-executivo da Abicalçados esclarece o porquê do Ceará
liderar o ranking nacional em termos de quantidade de pares e não acontecer o
mesmo em montantes.
"O valor médio de um par de calçados produzido no Rio Grande do Sul
neste início de ano está em US$ 17,04, enquanto que no Ceará ficou em US$ 5,00.
Por isso observamos essa discrepância entre os indicadores", ressalta
Heitor Klein.
Esse preço médio registrado no Estado está US$ 0,44 - ou cerca de 8,1% -
mais barato este ano em relação a iguais meses de 2017, enquanto que a maioria
dos outros estados com setores calçadistas representativos apresentaram
crescimento nos preços médios, como no caso do Rio Grande do Sul, que passou de
US$ 16,80 para US$ 17,04 (alta de 1,4%).
Fonte: Diário do Nordeste
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