Tripulação sabia de irregularidades no voo da Chape, diz relatório
Mumbai
Ahmedabad
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Foto: Arquivo |
A Aeronáutica Civil da Colômbia apresentou hoje (27)
relatório final sobre o acidente aéreo envolvendo a delegação da Chapecoense,
time de futebol brasileiro que ia de Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) para
Medellín (Colômbia), onde disputaria a final da Copa Sulamericana contra o
Atlético Nacional. O acidente ocorreu no dia 29 de novembro de 2016 e resultou
na morte de 71 das 77 pessoas a bordo – a maioria, integrantes da equipe
brasileira.
De acordo com o documento, a tripulação sabia que a
aeronave da empresa boliviana LaMia viajava com pouca quantidade de
combustível, fator determinante para a tragédia. Informes preliminares da
Aeronáutica Civil colombiana já apontavam que o avião estava com excesso de
peso quando caiu, mas que a causa do acidente foi a falta de combustível.
O relatório apresentado hoje contou com a participação de
investigadores, autoridades e instituições de cinco países: Brasil, Bolívia,
Estados Unidos e Inglaterra, além da Colômbia. Entre as conclusões apontadas
como “determinantes para a apresentação deste infeliz acontecimento”, o
relatório afirma que a empresa LaMia, “planeou sem escalas este voo charter
(transporte não regular de passageiros) entre Santa Cruz (Bolívia) e Rionegro
(Colômbia); não cumpriu os requisitos de quantidade mínima de combustível
exigidos nas normas internacionais, uma vez que não teve em conta o combustível
necessário para voar para um aeroporto alternativo”.
Ainda segundo o relatório, a aeronave tinha um déficit de
2,3 mil kg de combustível, cálculo feito levando em conta que havia 9,3 mil kg,
quando seriam necessários 11,6 mil kg de combustível para percorrer a rota
Santa Cruz – Rionegro. “Nem a empresa nem a tripulação, apesar de conscientes
da pouca quantidade de gasolina, tomaram a decisão de pousar em outro
aeroporto”, diz o relatório ao afirmar que a tripulação descartou o pouso em
Bogotá, ou outro aeroporto, para reabastecimento.
O relatório conclui que a empresa boliviana LaMia tinha
deficiências organizacionais, uma difícil situação econômica, além de problemas
no sistema de gestão de segurança operacional e para o cumprimento das
políticas de combustível. As tomadas de decisões inadequadas foram, segundo a
Aeronáutica Civil colombiana, “em consequência da falta de gestão da segurança
operacional nos seus processos, da perda da consciência situacional, e da
tomada errada de decisões por parte da tripulação”.
Fonte:
Agência Brasil
Tags:
internacional