Assassinatos de detentos em cadeias e presídios cearenses aumentam 400 por cento em 2018
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Em janeiro, uma chacina deixou 10 presos mortos na cadeia pública de Itapajé-CE |
O número de detentos assassinados no Sistema
Penitenciário cearense já apresenta aumento da ordem de 400 por cento no Ceará
neste primeiro semestre de 2018, em comparação ao mesmo período do ano passado.
. A “guerra” travada entre as facções criminosas tem sido a responsável pelas
constantes execuções sumárias de presos nas cadeias públicas, presídios e
penitenciárias locais.
Os números estão postados na estatística da Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), muito embora, não sejam computados
pelo órgão como Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs), isto é
homicídios.
De acordo com a estatística oficial, entre janeiro e
junho do ano passado, seis assassinatos ocorreram dentro do Sistema Penal do
Ceará (3 em janeiro, um em abril, um em maio e um em junho). Já em 2018, esse
número saltou para 30 (14 em janeiro, um em fevereiro; quatro em março; dois em
abril e dois em maio). Em junho, já são sete crimes registrados.
Das sete mortes de presidiários neste mês, três ocorreram
em Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs) que fazem parte do
Complexo Penitenciário de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF). As outras quatro ocorreram em Fortaleza (no Centro Educacional Dom
Aloísio Lorscheider) e nas cadeias públicas de Aracati e Crateús, além do mais
recente caso (nesta quinta-feira), na Penitenciária Industrial Regional do
Cariri (PIRC).
Assassinados
No Complexo de Itatinga foram assassinados os seguintes
detentos: Francisco Felipe Pereira da Silva e outros dois ainda não
identificados. No Centro Educacional Dom Aloísio Lorscheider (Cecal),
localizado no bairro Planalto Ayrton Senna, na zona Sul de Fortaleza, Anderson
Claudejano Abreu Andrade, 18 anos, foi morto a golpes de cossoco durante uma
briga entre membros de facções rivais na tarde do último dia 6. Ele cumpria
medida socioeducativa por prática de atos infracionais graves praticados quando
ainda era adolescente (menor de idade).
O detento Francisco Iranildo da Silva Ribeiro foi
assassinado por meio de espancamento e golpes de cossoco na Cadeia Pública de
Aracati (a 149Km de Fortaleza) no dia 7. Dois dias depois (9), o presidiário
Francisco Lucas Rodrigues da Silva foi também executado. O crime aconteceu em
uma cela da Cadeia Pública de Crateús. O laudo cadavérico elaborado pela
Perícia Forense apontou que Lucas foi espancado até a morte, sofrendo
gravíssimas lesões por todo o corpo.
Nesta quinta-feira (21), foi encontrado na Penitenciária
Industrial Regional do Cariri (PIRC), o corpo do detento Antônio Alex Macedo
Pinheiro, 24 anos. Ele foi torturado, morto a golpes de cossoco e decapitado. O
crime ocorreu 24 após a fuga em massa de 30 detentos daquela unidade prisional.
Chacina
O aumento acentuado do número de mortes no Sistema
Penitenciário cearense neste primeiro semestre de 2018 deveu-se à chacina
ocorrida em janeiro último, quando 10 detentos foram mortos num confronto de
facções na Cadeia Pública de Itapajé (a 124Km de Fortaleza).
Era a manhã do dia 19 de janeiro. Em meio ao tradicional
banho de sol, detentos de facções rivais (Comando Vermelho/CV e Guardiões do
Estado/GDE), entraram em conflito. Muitos estavam armados com facas, paus,
barras de ferro e “cossocos”. Quando a Polícia conseguiu dominar a revolta
foram contabilizados 10 óbitos.
Os mortos durante o confronto das facções foram
identificados oficialmente pela Secretaria da Justiça e da Cidadania como: Alex
Alan de Sousa Silva, 19 anos; Caio Mendes Mesquita, 19; Carlos Bruno Lopes da
Silva, 27; Francisco Davi de Sousa Mesquita, 19; Francisco Elenilson de Sousa
Braga, 33; Francisco Emanuel de Sousa Araújo, 19; Francisco Hélder Mendes
Miranda, 35; Francisco Mateus da Costa Mendes, 19; Manuel da Silva Viana, 37; e
William Aguiar da Silva, 20.
Com
informações do jornalista Fernando Ribeiro
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