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Número de mortos sobe para 115 em Brumadinho; 248 estão desaparecidos

Número de mortos sobe para 115 em Brumadinho; 248 estão desaparecidos

Foto: Alex Tjara/Uol 

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, nesta quinta-feira (31), que 115 pessoas morreram por conta da queda da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho (MG). Os oficiais ainda disseram que 248 pessoas permanecem desaparecidas.

Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara, as autoridades estão enfrentando mais dificuldades por conta das minuciosidades que as buscas estão exigindo nesse momento. Os corpos estão com acesso mais difícil, e os bombeiros fazem um trabalho para não prejudicar a identificação das vítimas.

"O número aumentou pouco de ontem pra hoje por que os corpos estão com o acesso mais difícil. É necessária a escavação, a estabilização do solo e, mesmo quando um corpo é encontrado é feito um trabalho para não atrapalhar o processo de identificação", afirmou Aihara.

O porta-voz ainda comentou sobre as imagens que mostram o momento exato da barragem I da Mina do Feijão despencando. Segundo Aihara, o corpo técnico das buscas já havia recebido os vídeos da Vale um dia após a queda da estrutura, mas optaram por não divulgá-los.
"Escolhemos não divulgar por uma questão técnica. Esses vídeos poderiam provocar pânico nas pessoas. Os moradores poderiam ter um movimento de evacuação generalizada. Essa decisão visou, sobretudo, o bem-estar da população", disse o porta-voz dos bombeiros.

Aihara ainda afirmou que as imagens foram importantes para o corpo técnico estudar como a lama se comporta. "Os vídeos serviram para a gente fazer estimativas, ver onde as pessoas estavam e onde seus corpos foram encontrados depois para termos uma noção de como foi esse movimento."

Já segundo o delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, Luiz Carlos Ferreira, 71 corpos foram identificados e outros 19 foram pré-identificados. Isso significa que já foram feitas as coletas de digitais e os exames papiloscópicos, restando apenas a confirmação da identidade pelo Instituto Médico Legal.

"Hoje, a expectativa é que tenhamos 90 vítimas identificadas", disse Ferreira. O delegado ainda afirmou que 8 sobreviventes já foram ouvidos para ajudar nas investigações que apuram o motivo da queda da barragem.
O major Santiago, da Polícia Militar de Minas Gerais, afirmou que está trabalhando na desobstrução da rodovia que dá acesso a Brumadinho. No entanto, o policial afirmou que só serão liberados serviços essenciais para a cidade. "Quem quiser vir pra cá para ver a tragédia, não será autorizado a entrar na cidade para o resguardo da operação", disse o major em coletiva.

LIQUEFAÇÃO PODE TER SIDO A CAUSA DO ROMPIMENTO

O rompimento da barragem da Vale na última sexta-feira pode ter sido causado por liquefação, o que já ocorreu em outros grandes desastres no mundo em estruturas com o mesmo método de construção de Brumadinho (MG), com tecnologia de alteamento a montante, afirmou à Reuters o subsecretário de Regularização Ambiental, da secretaria do meio ambiente do Estado, Hidelbrando Neto.

No entanto, seria preciso entender por que a liquefação teria acontecido, afirmou o subsecretário, uma vez que dados entregues pela Vale mostram que equipamentos chamados piezômetros não detectaram movimentação de água interna na estrutura.
Neto lembrou que a liquefação, com o maior acúmulo de água na estrutura, foi o motivo apontado para o rompimento de barragem da Samarco (joint venture da Vale com BHP Billiton) em novembro de 2015, que utilizava o mesmo método de alteamento.

A conclusão no caso Samarco foi publicada por autoridades e endossada mais tarde por investigação contratada pelas próprias mineradoras, que apontou causas técnicas para a liquefação, mas não informou culpados.

"Os dois desastres que ocorreram foram com barragens a montante e, nos dois casos, pelo menos tudo indica, que é a informação que a gente está recebendo aqui, é que foi por liquefação", afirmou Neto, pontuando que a liquefação é problema mais comum em barragens alteadas pelo método a montante, pelo fato dos alteamentos serem feitos em cima do rejeito drenado.

Uol com informações de agências

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