Bolsonaro diz que governo vai criar cartão-caminhoneiro
Mumbai
Ahmedabad
O anúncio do
"cartão-caminhoneiro" ocorreu na quinta-feira (28), através das redes
sociais de Bolsonaro - Foto: Isac
Nóbrega/PR
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na quinta-feira (28) o lançamento
do "cartão-caminhoneiro", que vai garantir a compra de combustível,
pelos motoristas de carga, sem a variação oscilante do preço do óleo diesel,
uma das principais reclamações da categoria.
"Teremos, daqui no máximo a 90 dias, o cartão caminhoneiro. O que é
isso? O caminhoneiro passa no posto de combustível, ele vai pagar o preço do
óleo diesel do dia. Isso é uma vantagem, garante a ele que seu frete não será
consumido por possíveis reajuste no preço do óleo diesel [durante uma viagem de
fretamento]", afirmou o presidente.
O anúncio foi durante transmissão ao vivo, na noite de quinta-feira
(28), na página oficial de Bolsonaro no Facebook. Acompanhado do ministro
Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e de uma intérprete de Libras (Língua
Brasileira de Sinais), o presidente fez um balanço semanal do governo. A
transmissão, que começou às 19h, durou pouco mais de 17 minutos.
Entre os assuntos abordados, Bolsonaro destacou novamente a centralidade
da reforma da Previdência para as contas públicas do país e disse que o
pagamento de aposentadorias, no atual modelo, estaria comprometido a partir de
2022 sem as mudanças nas regras vigentes.
Bolsonaro comentou a relação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia,
falou da viagem que fará a Israel, a partir do próximo sábado (30), e comemorou
o resultado do leilão da Ferrovia Norte-Sul.
Preço do diesel
Bolsonaro citou a decisão recente da Petrobras, que anunciou que não
haverá reajuste no preço do diesel em intervalor inferiores a 15 dias.
O presidente voltou a afirmar, durante a transmissão, que pretende
eliminar os radares de volocidade em rodovias federais do país, inclusive
aquelas que são administradas por concessionárias privadas. "Nós não
queremos mais novos pardais no Brasil, que visam a cobrança, a multagem
eletrônica", disse.
Para o presidente, o excesso de radares configura uma "indústria da
multa". "O que está acertado com o Tarcísio [Gomes, ministro da
Infraestrutura] é que os contatos vencidos [de implantação de radares
eletrônicos] não serão renovados", afirmou.
Leilão
O presidente comemorou o resultado do leilão da Ferrovia Norte-Sul, na
tarde de quinta-feira, vencido pela concessionária Rumo S.A, representada pela
corretora Santander, que ofertou R$ 2,719 bilhões pelo trecho de 1.537
quilômetros, que vai de Estrela d’Oeste (SP) a Porto Nacional (TO).
"Vale a pena lembrar que essa ferrovia estava há 30 anos sendo
construída e agora, com esse leilão, nós achamos que em dois anos,
aproximadamente, ela seja concluída. Lembrando também que o último leilão de
ferrovia foi há 10 anos, então é a retomada do transporte ferroviário do
Brasil", afirmou.
Israel
Com embarque previsto para o próximo sábado, o presidente e uma comitiva
de ministros e empresários farão uma visita oficial a Israel, no Oriente Médio.
A viagem retribui a vinda do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
que prestigiou Bolsonaro durante a posse, no dia 1º de janeiro.
Ao comentar sobre a viagem, Bolsonaro citou que sua agenda inclui
questões relacionadas a tecnologias desenvolvidas em Israel, como projetos de
irrigação e aquicultura no deserto e de dessalinização da água do mar.
"Nós queremos fazer convênios, intercâmbio com Israel para mandar
nossa garotada para as mais variadas áreas, a questão de agricultura, irrigação
para o semi-árido do Nordeste. Ver também a garotada para aprender algo sobre a
psicultura no deserto, fazer também intercâmbio em ciência, tecnologia e
inovação", afirmou.
Previdência
Ao tratar da reforma nas regras de aposentadoria, Bolsonaro citou a
indicação do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) para a relatoria da proposta na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, confirmada na quinta-feira
pelo presidente do colegiado, Felipe Franscischini (PSL-PR).
Caberá a Freitas a apresentação de parecer de admissibilidade da
proposta de emenda constitucional da previdência, primeira etapa de tramitação
do projeto no Legislativo.
"A Previdência, como está posta no momento, ela quebra em 2022 ou
até antes. Nosso déficit anual vai na casa das dezenas de bilhões de reais, e
está insustentável o pagamento da Previdência", afirmou.
Segundo Bolsonaro, "com toda certeza" os parlamentares farão
"correções" no texto, e voltou a apelar pelo apoio do Legislativo,
inclusive dando celeridade à tramitação do projeto.
Página virada
Durante a transmissão, Bolsonaro fez um breve comentário sobre recente
desentendimento com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, relacionada às
articulações do governo com o Legislativo. Para Bolsonaro, o desentendimento
foi superado.
"Página virada aquele problema de Jair Bolsonaro com Rodrigo Maia.
Uma chuva de verão. Acabou, estamos em paz. Se Deus quiser, na minha volta de
Israel, vou lá filar uma bóia na Câmara, com o Rodrigo Maia. Será motivo
satisfação", disse.
Diário do Nordeste
