Deputado do PSL quer criminalizar venda de 'games violentos'
Mumbai
Ahmedabad
Entre as justificativas para o projeto, Júnior Bozzella cita como
exemplo o recente massacre ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano
(Foto: Reprodução/Facebook)
Um projeto de lei apresentado no último dia 19 de março na Câmara dos
Deputados quer a criminalização da venda e do desenvolvimento de games
considerados violentos no Brasil. Autor do projeto, o deputado Júnior Bozzella
(PSL-SP) argumenta que o convívio com este tipo de jogos pode levar os jovens a
"atos de violência massiva".
Entre as justificativas para o projeto, o parlamentar cita como exemplo
o recente massacre ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, cidade
da Grande São Paulo, no dia 13 do último mês. "É preciso ao menos
dificultar que a nossa sociedade em especial nossos jovens, entrem num clima de
selvageria que leve a atos tão desastrosos", explica Bozzella.
Atualmente, o Brasil tem o 3º maior número de jogadores de games do
mundo e os estúdios nacionais de criação de jogos cresceram 180% nos últimos
quatro anos. Questionado pela reportagem, o deputado reconheceu a relevância
dos dados econômicos do setor, mas ressaltou: "Mais importante que
qualquer outra questão é a preservação da vida das nossas crianças e
adolescentes. A vida vale mais do que o entretenimento. Temos que debater esse
tema".
O projeto de Bozzella altera duas leis já existentes. A primeira mudança
é no parágrafo primeiro do artigo 286 do Código Penal de 1940, que legisla
sobre crimes praticados pela internet.
Já a segunda é um acréscimo no próprio Marco Civil da Internet, de 2014,
que ganha o seguinte trecho no artigo 21-A: "O provedor de aplicações de
internet que disponibilize jogos eletrônicos com conteúdo que incite a
violência será responsabilizado subsidiariamente pelo crime de 'incitação ao
crime', previsto no art. 286 do Código Penal, se deixar de promover, de forma
diligente, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço, a
indisponibilização desse conteúdo."
Deputado cita Bolsonaro
Em resposta à reportagem, Bozzella lembrou uma fala do presidente Jair
Bolsonaro, em 2017, durante participação no programa Mulheres, da TV Gazeta.
"Isso leva a 'molecada' a perder o freio. Por exemplo, o videogame. É um
crime videogame, tá ok? Tem que coibir o máximo possível. Não aprende
nada", disse o então deputado federal.
Diário do Nordeste
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Política