Defesa de Lula aguarda audiência com a juíza que pode soltar o petista
Defesa
de Lula pede a soltura do ex-presidente nesta sexta-feira (Ricardo
Stuckert/PT)
A defesa do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva aguarda na manhã desta sexta-feira, 8, uma audiência com a
juíza federal Carolina Lebbos, responsável pelas decisões a respeito da
execução penal de Lula, para pedir sua soltura imediata após o Supremo Tribunal
Federal (STF) vetar a execução de pena após condenação em segunda instância. A
expectativa é que o exame de corpo delito, trâmite obrigatório para a
libertação de um preso, seja feito ainda nesta sexta-feira. O ex-presidente se
reuniu com advogados na carceragem da Polícia Federal menos de 24 horas após
decisão do Supremo.
A militância do partido já
começa a se avolumar em frente à Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está
preso desde abril de 2018. A ideia é que o petista, uma vez solto, agradeça os
apoiadores que se revezaram em vigílias no local desde sua prisão. Está
previsto também um grande ato no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do
Campo, berço político de Lula, na manhã deste domingo, 10, caso seja solto. O
ex-presidente teria pedido alguns dias de descanso após sair da prisão antes de
definir quais serão seus próximos passos. A ideia é organizar uma caravana com
início por cidades do Nordeste do país.
O novo entendimento do STF
beneficiou diretamente o ex-presidente, que foi preso após condenação pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a segunda instância da Justiça
Federal.
Apesar de ter recusado a
progressão de pena para o regime semiaberto – quando o preso conquista o
direito de sair da cadeia durante o dia -, ao qual já tem direito, Lula autorizou
a defesa a pedir a sua liberdade imediata. Mas tanto a defesa quanto a direção
do partido insistem que o mais importante é o julgamento do habeas corpus
apresentado ao STF que pede a suspeição do então juiz Sergio Moro, responsável
pelos julgamentos em primeira instância da Operação Lava Jato – se o Supremo
concordar com a tese, todo o processo referente ao tríplex do Guarujá, que
levou o ex-presidente à prisão, será anulado e ele poderá inclusive recuperar
sua elegibilidade e voltar a ser candidato.
Por esse motivo, o clima na
cúpula do partido é de cautela em relação à provável soltura do ex-presidente.
Estão previstos ao menos dois atos caso isso ocorra, um em Curitiba para que
Lula agradeça as vigílias em frente à PF organizadas pela militância e outro em
São Bernardo do Campo, berço político de Lula.
Fonte: VEJA