Mais de 1.600 pessoas morreram por diabetes no Ceará em 2019
Mumbai
Ahmedabad
Teste
rápido do diabetes é oferecido em hospitais e postos de saúde. – Foto: Natinho Rodrigues
A produção insuficiente ou má
absorção de insulina são as causas determinantes, mas os maus hábitos estão
entre os principais fatores de risco para um mal perigoso que pode matar: o
diabetes. Somente este ano, 1.601 pessoas morreram no Ceará em decorrência da
doença, conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), gerando o
alerta para a necessidade de prevenção e tratamento adequado.
É o que busca reforçar,
anualmente, a data de hoje: o Dia Mundial do Diabetes. Embora em números ainda
relevantes, a incidência de mortes apresentou discreta redução entre os anos de
2014 e 2018, passando de 2.217 óbitos para 1.990, queda de 10%. A maioria dos
óbitos se deu entre pessoas acima dos 50 anos.
Ainda no ano passado, no
entanto, Fortaleza foi classificada como a segunda capital brasileira com o
maior percentual de diagnóstico de diabetes, conforme dados da Pesquisa de
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel 2018). Ao todo, 9,5% das pessoas entrevistadas, de 18 anos
ou mais, alegaram portar a doença.
Causas
Um dos principais fatores de
risco para o surgimento da doença é a obesidade associada ao sedentarismo,
segundo explica a endocrinologista e diretora do Centro Integrado de Diabetes e
Hipertensão (CIDH) do Ceará, Adriana Forti. Situações como histórico da doença
na família ou pessoas com hipertensão arterial também devem ser monitoradas
regularmente.
"E também os fatores
associados à faixa etária. À medida que você vai envelhecendo, e principalmente
na população acima dos 40 anos, a prevalência de diabetes é muito maior",
afirma.
Já a qualidade de vida da
pessoa com diabetes passa, sobretudo, pelo entendimento pessoal das principais
características da doença. Dessa forma, destaca ela, o paciente consegue
desenvolver habilidades e mudar o comportamento para um bom controle de suas
taxas.
Complicações
Do contrário, acrescenta a
médica, o diabético está sujeito às principais complicações da doença, como a
cegueira, o infarto do miocárdio, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) -
hemorrágico ou isquêmico, assim como as complicações renais e dos vasos
periféricos. "Atualmente, 30% das hemodiálises são por conta do diabetes.
Com a lesão dos vasos periféricos, associada à lesão do nervo, você desenvolve
com muito mais frequência os pés diabéticos, que é a primeira causa de amputação
na população", explica.
Ainda conforme Adriana Forti,
entre os hábitos ideais necessários para a pessoa com diabetes está a
alimentação saudável, a prática regular de atividade física, o monitoramento
das principais taxas, além da manutenção dos exames periódicos.
"É muito importante que a
gente passe a informação no sentido de que as pessoas participem do seu
tratamento. Ela é uma doença tão heterogênea, tem tantos aspectos a serem
trabalhados em nível terapêutico, mas a própria pessoa tem que participar, porque
é uma doença crônica que não tem cura, mas tem controle. O paciente tem que ter
empoderamento para o seu autocuidado", reforça a especialista.
Fonte:
Diário do Nordeste
Tags:
Ceará