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Em entrevista, delegado de Polícia Civil de Aurora/Barro fala sobre as falas proferidas no julgamento que resultou na condenação de acusados de matarem mulher em Aurora.

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Dr. Paulo Hernesto, Delegado de Polícia Civil Aurora/Barro. - Foto: Arquivo

Por Henrique Macêdo

A reportagem do Portal Aurora Notícias e da Rádio Educativa Aurora do Povo FM 102.3 Mhz entrevistou o delegado de Polícia Civil de Aurora Barro nesta quarta-feira (11). Na pauta, as falas proferidas no julgamento ocorrido na cidade de Aurora que resultou na condenação dos réus Francisco Erivan Rangel Filho, vulgo "Pantico", (30 anos de prisão em regime fechado) e José Ribeiro Duarte, vulgo "Rogai" (22 anos em regime fechado). Em 14 de janeiro de 2018, conforme denúncia do Ministério Público do Ceará, os acusados mataram com golpes de barra de ferro na cabeça, Aparecida Ferreira Lima Rangel, de 40 anos, conhecida por “Piriu.

Perguntado em relação a atuação da Polícia Civil sobre as elucidações dos Crimes Violentos letais e Intencionais (CVLIs) nos municípios de Aurora e Barro, área de atuação da especializada, Dr. Paulo Hernesto ressalta sobre os dados positivos.

“A Delegacia Municipal de Aurora/Barro é reconhecida como uma instituição que luta pela justiça, pela resolução de crimes e pela garantia da segurança destes dois municípios. Os números desta delegacia refletem um grande índice de resolubilidade de crimes. No ano de 2019 tivemos apenas um homicídio (CVLI) na Terra do Menino Deus com infrator identificado e preso, aguardando ser julgado pelo Tribunal do Júri. Já no município do Barro ocorreram, também no ano de 2019, dois homicídios (CVLIs), também com infratores presos e aguardando julgamento”.

O reconhecimento da população e dos órgãos e poderes que atuam na persecução criminal, notório em todas as ações da Polícia Civil também foi destacado pelo o delegado. Ele também afirma que o trabalho é feito com muita seriedade e respeito.

“Todo esse trabalho é desempenhado com muito afinco, comprometimento, responsabilidade e respeito para com as vítimas e seus familiares, bem como para com os infratores. Trabalho técnico, utilizando todas as técnicas de investigação policial. Por conta disso temos o respeito dos cidadãos de bem de Aurora/Barro. Bem como temos o respeito dos demais órgãos e poderes que atuam na persecução criminal, como o Ministério Público e o Poder Judiciário”.

Sobre as falas proferidas no tribunal do júri desta terça-feira (10) em relação ao trabalho desenvolvido pela Polícia Civil que foi comparado com o DOI-CODE, Dr. Paulo Hernesto foi enfático em dizer as técnicas de tortura nunca serviram de exemplo.

“Nosso país já viveu momentos em sua história, marcados pela investigação não profissional, truculenta e sem utilização da devida técnica, momentos estes que jamais são repetidos ou servem como exemplo para atuação desta delegacia. É uma pena sermos comparados com o DOI-CODE ou com qualquer outro órgão que eram noticiados como órgãos que se valiam das mais várias técnicas de tortura para resolver crimes a qualquer preço”.

O delegado também afirmou se sentir entristecido com a comparação e também frisou que tal citação não abalará os trabalhos da Polícia Civil.

“Isso nos entristece não como instituição, pois nossa instituição é grandiosa, mas como profissionais que buscamos a resolução de crimes de maneira responsável e profissional. Por conta disso, não é comparação ou qualquer outra palavra ofensiva que abalará nossa busca profissional, técnica e incansável pela justiça. Os cidadãos de Aurora/Barro podem ficar tranquilos e vivendo normalmente que continuaremos empolgados com a resolução de crimes”.

Sobre a atuação da investigadora na Delegacia Municipal de Aurora, Dr. Paulo Hernesto salientou ser um privilégio trabalhar com a profissional.

É uma satisfação e um privilégio do município de Aurora/Barro ter nos seus quadros uma investigadora, representando a garra e a força das mulheres, que podem trabalhar e devem estar onde elas quiserem. Pois esta, com sua garra, destreza, valentia e coragem, nunca deixou, nem deixará de servir a estes dois municípios, acordando todos os dias em busca de fazer justiça e não "justeza".

Por fim, o delegado de Polícia Civil de Aurora/Barro deixou uma mensagem.

“Como disse o filósofo Maquiavél, em sua obra O Príncipe, “os fins justificam os meios”. Esta é uma frase repudiada na nossa atuação policial, pois sempre caminhamos pelo caminho da urbanidade, presteza e tecnicidade, não brincando de “fazer polícia”".
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