Auxílio emergencial: duas semanas após prazo original para início do pagamento, governo ainda não tem nem data para liberar segunda parcela
Mumbai
Ahmedabad
Duas semanas após a data originalmente anunciada para dar
início ao pagamento da segunda parcela do Auxílio Emergencial, o governo não
divulgou sequer o novo calendário para a liberação do benefício.
Ao anunciar o início do cadastramento no programa, o
ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, apresentou um calendário que previa o
início do pagamento da primeira das três parcelas de R$ 600 em 9 de abril, para
os beneficiários que não recebem o Bolsa Família. Já a segunda parcela deveria
ser paga entre os dias 27 e 30 de abril, ficando a terceira para entre os dias
26 e 29 de maio.
No dia 20 de abril, a Caixa Econômica Federal organizou uma
entrevista coletiva no Palácio do Planalto para anunciar a antecipação para o
dia 23 do mesmo mês. Na véspera da nova data, no entanto, o Ministério da
Cidadania divulgou uma nota informando que o governo não poderia antecipar esse
pagamento.
Desde então, nenhuma nova data foi apresentada. Mesmo o
anúncio da divulgação dessa data foi sendo postergado. O ministério da
Cidadania chegou a informar que apresentaria as datas ainda em abril - que
depois passou a primeiros dias de maio.
Já na última quinta, o ministro Onyx Lorenzoni disse que
esperava anunciar até a última sexta-feira (8) o cronograma de pagamento da
segunda parcela do auxílio emergencial. Na mesma semana, o presidente da Caixa,
Pedro Guimarães, havia afirmado que o governo federal estava "próximo de
finalizar" o calendário de pagamento da segunda parcela do Auxílio
Emergencial.
"Nós estamos próximos de finalizar. Eu e o ministro
Onyx [Lorenzoni, da Cidadania], antes de fecharmos o cronograma, levaremos ao
presidente Jair Bolsonaro, que é quem organiza. Ministro Paulo Guedes, meu
chefe, já deu ok", reforçou o presidente da Caixa, em entrevista online.
Falta
de recursos e filas
A dificuldade em estabelecer um novo calendário estaria na
falta de recursos e na tentativa de evitar as longas filas nas agências da
Caixa vistas nas últimas semanas.
Ao cancelar a antecipação da segunda parcela, o ministério
da Cidadania argumentou que, como muitas pessoas sequer haviam recebido a
primeira parcela, seria necessária a abertura de crédito suplementar para
garantir a antecipação da segunda parcela, além do pagamento da primeira.
"Por fatores legais e orçamentários, pelo alto número
de requerentes que ainda estão em análise, estamos impedidos legalmente de
fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio-emergencial", informou o
governo federal.
Já o presidente da CEF afirmou que o calendário deveria
considerar as datas de pagamento dos benefícios do Bolsa Família e da liberação
dos saques em dinheiro para quem recebe o Auxílio Emergencial por meio de
poupança digital do banco. O objetivo é evitar que essas datas coincidam, para
reduzir a aglomeração de trabalhadores nas agências.
R$ 33
bilhões pagos
Segundo a Caixa, até o último domingo (10) haviam sido
pagos R$ 35,5 bilhões a 50 milhões de brasileiros. Destes, R$ 15,2 bilhões
pagos aos 19,2 milhões dos beneficiários que recebem pelo Bolsa Família, R$
7 bilhões para 10,5 milhões do público CadÚnico e R$ 13,3 bilhões para
20,3 milhões de elegíveis que se cadastraram pelo site e app.
G1
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