Estudo de Oxford encontra primeira droga capaz de reduzir mortes por Covid-19
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JUSTIN TALLIS / AFP
Um medicamento barato e amplamente disponível pode ajudar a
salvar pacientes graves da Covid-19, segundo pesquisadores da Universidade de
Oxford, na Inglaterra. Segundo eles, o corticoide dexametasona é a primeira
droga que, comprovadamente, reduz a incidência de mortes pelo coronavírus. De
acordo com os cientistas, resultados apresentados nesta terça-feira, 16,
mostraram redução de um terço das mortes em pacientes que precisavam de
tratamento com oxigênio e receberam o medicamento. As informações são do portal
UOL.
A droga é de baixo custo, e o Ministério da Saúde do Reino
Unido confirmou que vai inclui-lo no tratamento da Covid-19. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Um estudo que será publicado nos próximos dias revela os
resultados para 2.104 pacientes diagnosticados com Covid-19, selecionados
aleatoriamente, que foram medicados com a dexametasona, por via oral ou
intravenosa. Eles foram comparados a 4.321 pacientes tratados
convencionalmente.
Os números mostram que a redução de mortes foi de 35% para
pacientes que precisavam de tratamento com respiradores e 20% para os que
precisavam de suporte de oxigênio. Não houve registro de que a droga seja
eficiente em casos menos severos.
Droga ajuda em casos severos
Para Peter Horby, da Universidade de Oxford, "este é
um resultado extremamente bem-vindo". Em comunicado reproduzido pela
agência AP, ele comemorou a melhora promovida pelo medicamento. "O
benefício da sobrevivência é claro e amplo nestes pacientes que estavam doentes
o suficiente para precisarem de tratamento com oxigênio. Então, a dexametasona
pode agora se tornar padrão no cuidado destes pacientes."
Ele ainda acrescentou que a dexametasona "é barata nas
prateleiras e pode ser usada imediatamente para salvar vidas ao redor do
mundo". Nick Cammack, um dos responsáveis pela Wellcome, projeto de
caridade que banca pesquisas científicas, afirmou que, mesmo que a droga só
ajude em casos severos, "inúmeras vidas podem ser salvas pelo mundo".
Outras entidades financiam os estudos, como a fundação de
Bill e Melinda Gates. Cammack defendeu a liberação da dexametasona e sua
produção ao redor do mundo para tratamento de pacientes.
Como a dexametasona atua
Corticoides agem reduzindo inflamações, um problema que é
causado pela Covid-19, quando ela faz com que o sistema imune atue para tentar
frear o coronavírus. A reação forte do sistema imune pode ser fatal, então,
médicos começaram a testar esteroides e anti-inflamatórios em pacientes.
Os pesquisadores estimam que o uso pode prevenir uma em
cada oito mortes de pacientes que estão em respiradores e um em cada 25
pacientes recebendo auxílio com oxigênio.
Este estudo é o mesmo que mostrou neste mês que a
hidroxicloroquina não apresentava eficácia contra o coronavírus. Foram 11 mil
pacientes da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte tratados com
os protocolos comuns ou com um dos seguintes medicamentos: hidroxicloroquina,
dexametasona, um combo anti-HIV, azitromicina, tocilizumabe, ou plasma de
pessoas que se recuperaram da Covid-19 e apresentavam anticorpos contra o
coronavírus.
Reino Unido inclui droga no tratamento
O Reino Unido começará a administrar imediatamente
dexametasona aos pacientes com Covid-19, conforme anunciou hoje o ministro da
Saúde, Matt Hancock, depois que o estudo demonstrou que o corticoide salvou as
vidas de um terço dos casos mais graves. "Estamos trabalhando com o
Serviço Nacional de Saúde para que o tratamento padrão contra a Covid-19 inclua
a dexametasona a partir desta tarde", disse Hancock.
Fonte: O Povo
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