Ex-prefeito de Juazeiro do Norte é condenado a prisão em processo movido pelo MPF
Raimundo Macedo,
conhecido por Raimundão, cumprirá pena de 11 anos e 5 meses de detenção em
regime inicialmente fechado. - Foto: Revista Ceará
A
Justiça Federal (JF), em julgamento de ação penal movida pelo Ministério
Público Federal (MPF), condenou a prisão o ex-prefeito de Juazeiro do Norte
(CE) Raimundo Antônio de Macedo e o filho dele Mauro Macedo por crimes
relacionados a desvios de verbas da merenda escolar e lavagem de dinheiro.
Outras três pessoas também foram condenadas pelo envolvimento no esquema que
gerou prejuízo superior a R$ 527 mil aos cofres públicos.
De acordo
com a sentença, Raimundo Macedo, conhecido por Raimundão, cumprirá pena de 11
anos e 5 meses de detenção em regime inicialmente fechado. A Justiça considerou
que o ex-prefeito cometeu os crimes de responsabilidade e de lavagem de
dinheiro, atribuindo também ao réu o pagamento de multa de 98 salários mínimos,
tendo como referência o valor em vigor em 2013.
Mauro
Macedo, por sua vez, foi condenado a 13 anos e 5 meses de prisão e ao pagamento
de 243 salários mínimos como multa. Os demais condenados, Heghbertho Gomes
Costa, Jarbas Landim Cruz e Cícero Hélio Inácio de Sales, que participaram
ativamente dos delitos ao lado do ex-prefeito e seu filho, receberam penas que
variam de 7 a 13 anos de prisão, além de pagamento de multa. Todos foram ainda
condenados a ressarcir aos cofres públicos o dinheiro desviado.
Para
viabilizar as fraudes que beneficiaram o grupo, foi criada uma situação de
emergência inexistente no município. Com a implantação da medida, foram
realizadas dispensas indevidas de licitação pela Secretaria de Educação daquele
município para a aquisição de merenda escolar. Em duas dispensas, a empresa
contratada para o fornecimento de gêneros alimentícios foi a J. de Oliveira
Silva Papelaria – ME (Distrimege), uma pequena papelaria de propriedade que
estava em nome de uma laranja e que tinha como operador Heghbertho Costa.
As
investigações sobre o esquema fraudulento começaram ainda em 2013. Em 2018,
após vasta investigação, o MPF apresentou denúncia contra os envolvidos no
esquema. Por se tratar de decisão da primeira instância da Justiça Federal, as
partes ainda podem recorrer da sentença.
Número
do processo para consulta na Justiça Federal
0800226-07.2018.4.05.8102
Assessoria de Comunicação - Ministério
Público Federal no Ceará
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