Proibição do uso do isopor pode impactar na criação de novos empregos
Foto:
Érica Finimundi/Prefeitura de Caxias do Sul
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que tem
a intenção de proibir o uso de espuma de poliestireno (isopor) em bandejas de
acondicionamento de alimentos e em copos térmicos para bebidas quentes no
Brasil. Na justificativa do autor da proposta (PL 2293/2015), deputado Goulart
(PSD/SP), o principal problema para a reciclagem do isopor é a viabilidade
econômica, pois, “além de ser leve, ocupa um espaço muito grande, o que
colabora para o baixo preço de venda. Isso faz com que não seja uma opção
viável para catadores e cooperativas, pois o frete é excessivamente oneroso”.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o
isopor é 100% reciclável e esta prática industrial, que vem crescendo no
Brasil, já alcança 13.570 toneladas, ou seja, 35% do que é produzido
anualmente. O setor emprega, diretamente, 1.400 pessoas e movimenta
aproximadamente R$ 90 milhões.
De acordo com o deputado federal Zé Silva
(Solidariedade/MG), a proibição do uso do isopor pode impactar negativamente na
criação de novos postos de trabalho. “A verdade é que se proibir a utilização
do isopor haverá uma grande desordem no planejamento financeiro das empresas,
vai causar impacto negativo nos investimentos, na geração de empregos e até
mesmo na manutenção da atividade industrial”, alerta.
O parlamentar destaca, ainda, que durante o período de
pandemia da Covid-19 que o País enfrenta, o isopor vem sendo bastante
utilizado. “O poliestireno expandido é um material que atualmente é usado para
isolar vacinas contra o coronavírus e mantê-las resfriadas durante o
transporte. Não há números muito exatos em relação à utilização desse material,
mas sabemos que o mundo consome 2,5 milhões de toneladas de isopor por ano e no
Brasil 36,6 mil toneladas”, explica Zé Silva.
O poliestireno expandido (EPS), conhecido como isopor,
possui inúmeras utilizações em razão de suas características físicas e
químicas, dentre elas o uso como embalagem de alimentos, bebidas quentes,
decoração e construção civil.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Plástico
(Abiplast) indicam que no setor de transformados plásticos houve crescimento de
2,4% em 2020 com relação a 2019 na produção física, sustentado pelo segmento de
embalagens e de tubos e acessórios para construção civil. Em abril, o setor
chegou a cair mais de 15% em sua produção no mês (na série com ajuste sazonal).
Ao longo dos meses, se iniciou uma trajetória de recuperação – assim como em
outros setores.
Fonte:
Brasil 61
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