Tragédia em Barro completa 21 anos do acidente com ônibus da Itapemirim que deixou 42 mortos
Foto: Jarbas Oliveira/Diário do NordesteEm
21 de fevereiro de 2004, o Ceará foi palco de um dos acidentes mais
devastadores de sua história recente. Na véspera do Carnaval, um ônibus da
Viação Itapemirim, com 42 pessoas a bordo — entre elas, 2 crianças, 11 mulheres
e 29 homens (um deles estrangeiro) — partiu de Fortaleza rumo a Salvador para
aproveitar as festividades. Porém, no quilômetro 456 da BR-116, próximo ao
Açude Cipó, em Barro, a tragédia aconteceu. O motorista perdeu o controle do
veículo, que caiu no açude, resultando na morte de todos os ocupantes por
afogamento.
Na ocasião,
as fortes chuvas que atingiam a região haviam aumentado o nível do Açude Cipó
para 9 metros de profundidade, o que dificultou a tentativa de resgate. A
vedação das janelas do ônibus, que era uma medida relacionada ao uso de
ar-condicionado, foi identificada como um fator que contribuiu para a gravidade
da situação e a impossibilidade de escape das vítimas.
O acidente,
ocorrido no município de Barro, impactou profundamente as famílias das vítimas
e a população local. Em novembro de 2017, a Viação Itapemirim foi condenada
pela 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Ceará a pagar R$
100 mil em danos morais ao filho de uma das vítimas, além de R$ 43.392,00 por
danos materiais. A 29ª Vara Cível de Fortaleza também determinou a reparação de
R$ 150 mil por danos morais, além de um pagamento adicional de R$ 43.392,00 para
cobrir os danos materiais.
A empresa de
transporte, após o acidente, ofereceu uma compensação de R$ 30 mil para a
família de uma criança de oito anos, que soubera da tragédia pela televisão.
Esse valor, que incluía R$ 12 mil de reparação moral, foi recusado pela
família. A Itapemirim, por sua vez, contestou as acusações, afirmando que as
condições precárias da estrada contribuíram para o acidente e que já havia
solicitado melhorias ao poder público responsável pela manutenção da via.
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